Desejo primeiro que você ame, e que amando, também seja amada.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim, mas se for, saiba ser sem desesperar.
Desejo também que tenha amigos, que mesmo maus e inconseqüentes,
sejam corajosos e fiéis,
E porque a vida é assim, Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos, Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Desejo depois que você seja útil, Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos, Quando não restar mais nada,
Desejo ainda que você seja tolerante, não com os que erram pouco, porque isso é fácil, E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Desejo que você, sendo jovem, Não amadureça depressa demais,
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
Desejo por sinal que você seja triste, Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra Que o riso diário é bom,
Desejo que você descubra, com o máximo de urgência,
Desejo ainda que você afague um gato,
Desejo também que você plante uma semente,
Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro, Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano Coloque um pouco dele
Desejo também que nenhum de seus afetos morra,
Desejo por fim que você sendo homem, tenha uma boa mulher,
e quando estiverem exaustos e sorridentes,
E “se tudo isso acontecer, não tenho mais nada a te desejar”.
(Vitor Hugo)
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